quinta-feira, 7 de abril de 2011

Capítulo 21 – Desabafos de Reynald Hooper.

27/04/2006 – Sexta-Feira, momentos depois de anoitecer.     

            Um telefonema anônimo entra em contato com o grupo passando as coordenadas de onde estava Rugal, o cemitério do Leste em Kendall. Lillyan, Dean Nathan vão buscar o corpo do garou enquanto Evelyn, Tim e Rafael vão para Orlando interceptar a entrega do bracelete.
            ...
            Em Orlando, eles se dirigem rapidamente ao Krooplin desrespeitando praticamente todas as leis de trânsito. São surpreendidos com viaturas, mas Rafael consegue despistá-los com algumas manobras ousadas.  Invadem cautelosamente o hotel se passando por futuros inquilinos se dirigindo rapidamente para a cobertura.
            ...
            Em Kendall, no cemitério, o trio inicia uma busca pelo túmulo visto na visão do Baali. Encontram Rugal preso a um crucifixo negro com correntes inquebráveis. O colocam na camionete e voltam para Miami.
            ...
            Na cobertura, Reynald Hooper entrega uma maleta ao “palhaço” que a joga dentro do helicóptero ali pousado. Meia dúzia de homens armados que escoltavam Hooper descarregam suas metralhadoras forçando o trio a se recuar. Tim fecha a porta da escada que os levou até ali:
            - Precisamos de um plano rápido, não podemos deixar aquele bracelete ser levado.
            Evelyn e Rafael sacam suas pistolas e Tim expõe a ponta afiada de sua bengala:
            - Até três... Um... Dois... Três!
            Skold abre a porta, perfurando o pescoço de um dos homens que se aproximava para abrir a porta, enquanto os companheiros se esforçavam para balear a cabeça dos outros homens restando apenas um. O grupo expõe suas presas levando os disparos desesperados do ultimo capanga, que se joga do prédio.
            O piloto liga o helicóptero:
            - Vamos!
            O “palhaço” fica a frente do trio com um sorriso estampado na cara:
            - Eu cuido desses vermes.
            Enquanto os cainitas armavam seu próximo ataque carregando suas armas, o “palhaço” muda de forma, se tornando uma criatura gigantesca e assustadora de mais de três metros. Hooper, prestes a escapar, é agarrado por Roy Mustang e empurrado ao chão pela cabeça. Antes mesmo de tentar se levantar é atordoado por mais duas pisadas na cara. Roy joga o corpo de Reynald estraçalhado para o trio, se transforma em uma criatura demoníaca e diz:
            - Fujam! O negócio vai ficar feio por aqui.
            Rafael segura o corpo e o trio foge para os esgotos abaixo do prédio colocando Hooper escorado na parede. O anel que Evelyn havia ganhado de Arystar emite um brilho negro e apaga novamente. Tim cede um pouco de seu vitae para Hooper que retorna a consciência mostrando suas presas. Tim olha para os outros:
            - Hooper era um cainita?
            Evelyn responde:
            - Não, ninguém iria abraçá-lo depois das suspeitas.
            Tim olha no fundo dos olhos de Reynald o segurando pelo colarinho:
            - Quem te abraçou? Por que estava se passando por Mello? O que pretende entregando o Bracelete de Jaga para aquele demônio?
            (o chacoalha com movimentos bruscos)...
            - Responda! Responda criança da noite!
            Reynald tira as mãos de Tim vagarosamente limpando a boca de vitae:
            - Vou responder! Vou contar o que está acontecendo, vou começar pela mortalha na casa de Raycraft...

“Estava falido pensando em me suicidar. Recebi um telefonema com a proposta de tudo que eu desejasse. Dinheiro, poder, a queda de meus inimigos... Até a imortalidade. Parecia loucura, mas não tinha o que perder.
No primeiro encontro, me colocaram uma venda e pude deduzir que era a voz de uma mulher e seu pulso sangrando em minha boca me deixou mais vivo. Em seguida fui colocado em um carro e removeram a venda, foi então que conheci Isaac Kampfer, um homem de classe. Senti que tudo aquilo prometido seria possível. Então a minha primeira tarefa foi designada.
Fui a Kendall, rumo ao escritório onde teria de encontrar Tony Deison e lhe entregar apenas uma maleta. Lembro-me bem daquela noite... Havia um mutirão de ciclistas passando e um deles derrubou a minha maleta. Azar de primeiro serviço talvez, mas isso não me abalou. Esperei os miseráveis passar, e então recolhi a maleta e continuei ao meu rumo... Foi uma simples entrega, o sujeito era amigável... Era!
Dias depois, em Paris recebi uma quantia altíssima de dólares e em seguida fui designado a buscar o corpo de Tony. Foi quando comecei a me preocupar. Do que me adiantava estar rico sendo procurado pela polícia?
            Mesmo temendo, eu considerava preocupações banais em relação ao tanto o que estava ganhando. Prossegui fielmente as ordens do chefe. No endereço do corpo, Tony parecia estar morto há muito tempo. Era vigiado por um homem gigante e pálido, Wolf. Levaríamos esse corpo até um aeroporto particular, nos encontraríamos com outro aliado. Era um investigador de Washington, Hecktor Tramon que iria nos acompanhar até Miami ao encontro de chefe, Isaac Kampfer.
Estávamos prestes a colocar o corpo no jato, mas fomos interceptados por dois assassinos. Um deles começou um combate com Wolf e Tramon dizendo ao outro para cometer Diablerie com o Deison e reunir as estátuas, pois destruir o coração era importância máxima da missão.
Nada do que falavam fazia sentido pra mim. Vi um dos assassinos sugando a vida do corpo para dentro de sua boca, antes de fugir. Meus parceiros estavam encurralados pelo outro assassino que parecia mesmo saber como se usa uma espada.
Não hesitei e liguei para o telefone que Kampfer havia me passado reportando a situação. Confesso que vi a morte passar ao meu lado até que um dos olhos do assassino ficou vermelho e ele cessou o ataque.
Em Miami recebi mais uma quantia muito absurda de dólares e fui levado até um lugar com móveis antigos, onde eu tive de fazer um pacto. Recitei palavras que não fazia idéia do que significava. Depois entendi que agora tinha três entidades demoníacas a minha mercê. Kampfer mencionou que os assassinos eram Uirani e Ikarus Phily. Isaac colocou sua mão em meu ombro:
- Vou levar um amigo para um parque de diversões. Enquanto isso você pode usar os Akumas como bem entender desde que siga as ordens daquela mulher.
Ele parecia empolgado com o que ia fazer e eu também. Havia muitos que gostaria de matar. E matei.
Toda vez que me encontrava com aquela mulher era da mesma maneira, vendas nos olhos e sangue na boca. Já não sentia mais medo, sentia prazer, aquilo estava me tornando mais forte. Eu apenas tinha de recolher diários e refugiar as entidades. Eu as usava cada vez mais em meu favor, até que vocês estragaram tudo e nosso plano foi por água baixo. Graças a isso, fui trancado em um porão escuro comendo restos por dias.
Achei que passaria o resto de minha vida preso, até que o porão foi aberto. Era Wolf dizendo que Kampfer estava disposto a me dar outra chance. Já mencionei que admiro muito aquele homem? Dessa vez eu teria de pegar o coração após uma negociação e levá-lo até Los Angeles a Mathew de La Frozen.
Um homem tão elegante quanto Isaac, porém com um sorriso sarcástico no rosto e uma proposta audaciosa:
- Trabalhe pra mim em segredo e eu te livrarei da escravidão de Isaac Kampfer.
 Muito curioso, perguntei a ele sobre o coração. Ele iria guardá-lo até que Kampfer voltasse de Nova Iorque. Disse também que a destruição do coração ia apenas fazer as entidades descansar em paz. Ele pertence à outra pessoa ainda mais maligna que o Baali.
Eu aceitei ser seu servo já que demonstrou tanta confiança nas informações e não se importou de compartilhá-las. Escutei palavras que me causam medo e um pouco de nojo até hoje:
- Siga-me! Você será forte e imortal como eu... Traia-me! E não passará de restos e cinzas que um dia já foram usados por mim em forma de um presente cobiçado por seus próprios ídolos.
A primeira vez que iria trabalhar para Mathew...”

            Sua cabeça é decapitada por Evelyn que agora possui garras longas afiadas e olhos negros. Seu anel emite um brilho negro intenso enquanto Reynald se torna cinzas.


Próximo capítulo: Dimitri Krory.

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